Bendegó é o maior meteorito brasileiro (pesa 5,36 toneladas) e foi descoberto em 1784, próximo a cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia, pelo menino Domingos da Motta Botelho, quando campeava o gado. Naquela época ainda se desconhecia a natureza extraterrestre dos meteoritos. Notícias da misteriosa pedra correu o mundo e atraiu visitantes ilustres como Mornay (1810), e Spix e Martius (1820) que removeram cerca de 15 kg de fragmentos, distribuindo-os aos grandes museus do mundo. Foi identificado como meteorito em Wollaston (1816), sendo um dos primeiros reconhecido pela Ciência.

 

A primeira tentativa de remoção foi em 1785, a pedido do governador geral da Bahia, pensando que o material era composto de ouro e prata. A empreitada foi frustrada quando o carretão que levava a pedra perdeu os freios na descida para o riacho Bendegó, atropelando as 12 juntas de boi que o puxava. O meteorito ficou então mais de 102 anos no riacho até que D. Pedro II tomou conhecimento da existência do meteorito e providenciou sua remoção para o Rio de Janeiro através da comissão chefiada pelo José Carlos de Carvalho com o apoio da Sociedade Brasileira de Geografia. Foi um marco para o transporte no mundo. A história do Bendegó foi escrita por Carvalho (1888, 1928), por Derby (1888, 1896), e reescrita várias vezes, sendo a mais recente feita por Carvalho (1995).

 

Na chegada ao Rio de Janeiro, o tratamento posterior do meteorito foi feito pela equipe do Arsenal da Marinha que realizou um corte na sua parte frontal, tendo o cuidado de fazer um molde da parte retirada do meteorito. Em seguida, ele foi levado para o Museu Nacional, onde permanece em exposição até hoje.

 

Embora não esteja na faixa dos meteoritos gigantes, o Bendegó é um dos maiores do mundo e exigiu um esforço incomum para movê-lo de seu lugar de descoberta para o Museu Nacional (Rio de Janeiro) onde, durante muitos anos, foi a maior massa em exposição no mundo. Da parte removida, foram realizados inúmeros cortes menores, provendo fatias deste meteorito para diversos museus de ciências do Brasil e do mundo.